-ló
Um dos doces míticos da minha infância foi o pão-de-ló. Em primeiro lugar, porque a minha mãe o confeccionava regularmente - lembro-me da trabalheira para bater as gemas com o açúcar, até atingir o ponto certo. Em segundo lugar, porque nas poucas vezes que passei férias na Lousã, em casa dos meus avós maternos, depois de cozerem o pão, a broa, a bela da chanfana e o ainda melhor cabrito assado, no forno de lenha, era usual fazer uns quantos pães-de-ló, para aproveitar os derradeiros calores do forno. Para gáudio dos gulosos mais novos, juntamente, com os bolos grandes enchiam, daquela massa leve e dourada umas formas mais pequenas destinadas às crianças, eu, minha irmã e primos. ( Já agora ... fabricavam umas merendinhas ou merendeiras, pequenos pães de milho, a cuja massa ainda crua se adicionava cebola e bocadinhos de toucinho, de comer e chorar por mais). Por outro lado, mesmo em S.Miguel, no Natal e na Páscoa, o meu pai era presenteado pelos fornecedores com os em boa hora gigantescos pães-de-ló de Margaride.
Mas, o principal motivo que me levou a escrever sobre o bolo em apreço, foi o seu divertido nome. A designação atribuída a este bolo tão fofo e saboroso constitui um verdadeiro enigma.
Em tempos remotos, teria sido, primeiramente, designado por castela. A denominação viria do ponto dos ovos ao serem batidos. Devem ficar em castelo, ou seja, firmes. Ou, então, o nome do bolo derivaria de castela, antiga moeda castelhana, que circulou em Portugal no tempo de Dom João I (1357-1433).
Friday, May 1, 2009
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